A philosopher does not use the ordinary week or the ordinary year. The philosopher does not cling to traditional morality. He follows the path created by himself. Of course, it has to start with references to the contribution of philosophers from the past. The pearls of philosophical wisdom, which show us how far we have been able to go.

In Portuguese, the common week was named by São Martinho de Dume, a place near Braga, at a time when Portugal did not yet exist. And the common year is the supposed year since the birth of Jesus of Nazareth, called Christ. These references must be made aware by those who want to know themselves and create their destiny according to Philosophy. When I write "Heraclitus" here, this does not mean that what I write has anything to do with Heraclitus, it is the name of the third day of the Philosophical Week.

It is a mistake to think that in any of the philosophies of the past we will find the meaning for our lives. The philosophies of the past serve as references, show us the paths that others have taken and the foundations that they have laid for us to continue our paths. And the way is yet to open. At every moment of our lives we can win or lose that moment. Strictly speaking, losing or winning is incomprehensible or indifferent. Victories are useless. Losses prove to be beneficial. We do not know. We are making commitments to what seems best to us. The museological mentality in Philosophy, typical of academics, has the virtue of preserving the inheritances of the past as exactly as possible. They are important bases, but Philosophy seriously takes place today in the lives of each one of us. A philosophical Ethos effort is to focus our attention on what is in our power. At every moment we need to do an exercise of will to focus our thoughts, our emotions, our actions and our conscience on what depends on us, in order to try to achieve the best of our present possibilities.

To be concerned with the uncertain future or with what is not in my power is a way of wasting time, failing to do what depends on me, today, now.

Why are there so many divorces, so many broken families, so many confused, unkempt, unprotected children. Because the perplexed citizens try to follow the traditional moral path, because they do not know any other.

You don't have to be a philosopher, just be a decent citizen. You don't need to fly high, you just need to fly with dignity and kindness.

A Semana Filosófica

Um filósofo não usa a semana comum nem o ano comum. O filósofo não se agarrra à moral tradicional. Segue o caminho criado por si mesmo. Claro que tem que partir de referências do contributo dos filósofos do passado. Das pérolas de sabedoria filosóficas, que nos indicam até onde já fomos capazes de ir.

Em português, a semana comum foi nomeada por São Martinho de Dume, um lugar perto de Braga, num tempo em que Portugal ainda não existia. E o ano comum é o suposto ano desde o nascimento de Jesus de Nazaré, denominado Cristo. Essas referências devem ser tornadas conscientes por quem pretende auto-conhecer-se e criar o seu destino de acordo com a Filosofia. Quando aqui escrevo "Heraclito" isto não significa que o que escrevo tenha de algum modo a ver com Heraclito, é o nome do terceiro dia da Semana Filosófica.

É um erro pensarmos que em alguma das filosofias do passado vamos encontrar o sentido para as nossas vidas. As filosofias do passado servem de referências, mostram-nos os caminhos que outros percorreram e as bases que eles lançaram para nós continuarmos os nossos caminhos. E o caminho está por abrir. A cada momento das nossas vidas podemos ganhar ou perder esse instante. Em rigor, perder ou ganhar é algo incompreensível ou indiferente. Vitórias revelam-se inúteis. Perdas revelam-se benéficas. Não sabemos. Vamos assumindo compromissos com o que nos parece melhor. A mentalidade museológica em Filosofia, típica dos académicos, tem a virtude de preservar o mais exactamente possível as heranças do passado. São bases importantes, mas a Filosofia a sério passa-se hoje nas vidas de cada um de nós. Um esforço de Ethos filosófico é focarmos a nossa atenção naquilo que está em nosso poder. Em cada momento precisamos de fazer um exercício de vontade para focarmos os nossos pensamentos, as nossas emoções, as nossas acções e a nossa consciência naquilo que depende de nós, para procurarmos realizar o melhor das nossas possibilidades presentes.

Ocupar-me preocupado com o futuro incerto ou com o que não está em meu poder é uma forma de desperdiçar o tempo, deixando de fazer o que depende de mim, hoje, agora.

Por que razões há tantos divórcios, tantas famílias desfeitas, tantas crianças confusas, mal cuidadas, desprotegidas. Porque os cidadãos perplexos procuram seguir a via da moral tradicional, porque não conhecem outra.

Não tens que ser filósofo, basta que sejas um cidadão decente. Não precisas de voar alto, basta que voes com dignidade e bondade.